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Cocho para gado de corte: Manejo ideal para ter maior produtividade e economia

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O manejo com Cocho para gado em confinamento é eficaz por aumentar a produtividade e reduzir os custos. Veja os 5 modelos disponíveis.

O manejo com cocho para gado em confinamento é a técnica que tem o objetivo de ajustar/corrigir a frequência e a quantidade da dieta a ser distribuída diariamente nos lotes. Ou seja, o objetivo principal é fornecer ao animal dieta em quantidade e qualidade adequadas. Quando se fala em confinamento de bovinos de corte, um dos grandes objetivos que se tem buscado é ser cada vez mais eficiente na compra e venda dos animais, compra de insumos, otimização e uso das dietas, desenvolvimento e adoção de novas tecnologias para melhorar a eficiência e o manejo da fazenda. Continue a ler esse artigo que vamos explicar mais sobre esse processo e os 5 modelos mais usados na pecuária.

Por que fazer manejo com couchos de suplementação é fundamental para pecuária de corte?

O sucesso de uma dieta depende da sua formulação e em grande parte do manejo ao fornecer aos animais da fazenda. Erros no manejo de cocho afetam negativamente o consumo de matéria seca e o desempenho animal, podendo causar distúrbios metabólicos, comprometer a saúde dos animais e elevar o custo da arroba produzida. 

A Professora Dra. Gabriella Varga da Penn State University fala que: “o sucesso da dieta é 80% manejo e 20% do computador que gerou essa dieta”. Isto deve se ao fato de que, para que a dieta formulada pelo computador/nutricionista seja a mesma ingerida pelos animais, temos vários processos envolvidos e que precisam ser executados de forma eficaz.

Visto que a alimentação tem influência direta no ganho dos animais, temos que pensar no que podemos controlar e ajustar para que essa influência seja a melhor possível. A principal rotina que deve ser adotada é a medição. Medir o que foi produzido, quanto de ração foi fornecida, dar notas para o que sobrou de ração, realizar ajustes no fornecimento e garantir melhor consumo para os animais evitando desperdícios. Este último, é um ponto que por vezes não é dado a devida atenção. Falar em desperdício é falar de dinheiro jogado fora. Todo mundo faz conta do dinheiro que desembolsa, poucos fazem do que não enxergam.

Assumindo uma conta simples, considere um confinamento de 1.000 bois, com cada animal consumindo em média 10 kg de MS/dia, a um custo de R$ 0,55/kg de MS. Somado esses valores, o custo por animal por dia, somente com alimentação (sem operacional) será de R$ 5,50/dia. Considere um desperdício de 5% (R$5,50 x 5%) e note o quanto de dinheiro está sendo perdido em função do mau manejo de cocho, ou seja, a ração foi produzida e fornecida, mas não foi consumida, não virou carne (Figura 1).

Essas perdas muitas vezes não são contabilizadas, drenando o que seria lucro para o produtor. Nesse caso, o que tem sido preconizado é trabalhar com o manejo de cocho limpo, fornecendo alimento para que o animal consuma o necessário, não havendo desperdício e nem falta de comida.

Porcentagem de perdas de ração em kg/

Dessa forma, o manejo de cocho é uma das principais técnicas para economizar e ter maior produtividade nos processos que envolvem o fornecimento de alimento e seus ajustes sendo assim indispensável para o percuarista de gado de corte.

O que é considerado um manejo de cocho para gado adequado?

A dimensão e a localização dos cochos são condições básicas para que os animais consigam consumir o suplemento.  Por isso, é importante projetá-los bem e em locais de fácil acesso. Além disso, definir a distância por animal em função do tipo de suplemento utilizado.  

Na produção confinada, em virtude dos animais receberem toda a alimentação no cocho, é imprescindível que a ração balanceada seja fornecida e consumida pelos animais, sem ocorrer seleção de ingredientes ou mudança nas proporções e composição. 

Falhas na mistura dos ingredientes, no fornecimento, espaçamento de cocho, entre outras, afetam o consumo de matéria seca pelos animais, o ganho médio diário e a eficiência biológica (kg de MS/@ colocada). Para evitar estes problemas é importante realizar um eficiente manejo de cocho.

Os bovinos se adaptam a rotina, por isso, preconiza-se padronizar os horários dos tratos e evitar atrasos, respeitando o hábito de consumo dos animais e o operacional da fazenda. Essa prática evita oscilação brusca no consumo de matéria seca e minimiza a ocorrência de distúrbios metabólicos como a acidose. 

Os bovinos preferem consumir alimentos no início da manhã, fim de tarde e à noite. Nesse contexto, a quantidade de ração que será fornecida em cada trato precisa levar em consideração esses fatores. Por isso, o indicado é fornecer uma maior porcentagem no último trato do dia, para que os animais não corram o risco de passar fome, considerando que, o próximo fornecimento, ocorrerá somente no outro dia pela manhã.

O manejo adequado do cocho visa otimizar o processo sem ofecer dieta demais, afinal isso pode acarretar problemas metabólicos aos animais e desperdício, tampouco permitindo que o rebanho passe por restrições alimentares que limitem seu desempenho e ganho de peso.

O manejo de cocho em confinamentos tem entre os principais objetivos, promover o consumo ideal da dieta para obter a melhor eficiência dos bovinos e por consequência trazer a maior rentabilidade. A eficiência alimentar é influenciada pelo ganho de peso e consumo dos animais, que pode ser afetado por perdas de dieta (desperdícios).

Alimentar os bovinos de corte em excesso pode resultar em desperdícios e redução no aproveitamento da dieta. Restrições alimentares maiores que o ideal pode resultar em redução do desempenho e não aproveitar o potencial de ganho de peso dos animais.

Como saber então se ele não está com fome? Simples, observe o comportamento antes do início do trato. Sugere-se que, no momento do trato, 25% dos animais estejam enfileirados na linha do cocho, prontos para comer; 50% estejam de pé e se dirigindo ao cocho e; 25% devem estar se levantando e se espreguiçando. Isso quer dizer que cocho limpo não significa que os animais estão passando fome, e a observação do comportamento deles dirá muito sobre isso. Cocho lambido, ou, todos animais na beirada do cocho e/ou agitados esperando o alimento, é sinal claro de fome.

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Manejo ideal para ter maior produtividade e economia

Como realizar o manejo do cocho para confinamento?

O objetivo principalcomo mencionado é ajustar a frequência e a quantidade da dieta a ser distribuída nos lotes. Um confinamento bem gerenciado faz toda a diferença;

Um bom manejo visa otimizar o processo sem oferecer a dieta além do adequado, o que poderia acarretar em problemas metabólicos ou desperdícios. Por isso é importante realizar a leitura do cocho.

Parâmetros de Leitura de Cocho

É uma ferramenta que se baseia em uma análise subjetiva do que sobra ou não da dieta, através de notas ou escores. Deve ser feito pelo menos três vezes ao dia:

  • Leitura matinal: ocorre antes de distribuir o primeiro trato, para definir a quantidade de ração à definir.
  • A Leitura vespertina: Antes do último trato e tem a função de verificar se há alguma anormalidade.
  • Leitura noturna: Ocorre entre 21:00-22:00 hs., com o objetivo de estabelecer critérios para a próxima leitura do dia seguinte.

Cocho para confinamento: 05 Tipos de manejo para seu gado

Existem vários tipos de manejo de cocho aplicados atualmente no Brasil. Nós da Cargill Nutrição Animal, dividimos os manejos em 5 tipos:

01 – Cocho Ad Libitum (à vontade)

02 – Cocho ‘Bica Corrida”

03 – Cocho para confinamento em Manejo Restritivo

04 – Cocho para confinamento: Cocho Limpo

05 – Cocho para confinamentoManejo Controlado

1 – Cocho AD LIBITUM  (à vontade)

No Manejo de Cocho Ad Libitum o fornecimento de dieta é realizado à vontade, ou seja, o objetivo é que os cochos não fiquem sem dieta em nenhum momento. Normalmente é utilizado em situações em que não se tem a possibilidade de coletar e utilizar informações no dia-dia, principalmente com relação a quantidade de dieta ofertada. A correção do fornecimento é definida conforme observação da quantidade de dieta disponível no cocho pelo “tratador” durante o dia, mantendo dieta disponível o tempo todo.

Quando os bois são alimentados à vontade a oscilação de consumo é maior, sendo mais complicado ajustar a quantidade a ser fornecida, dificultando a programação operacional. Além de promover pior eficiência no aproveitamento dos alimentos, temos maior ocorrência de sobras e maior risco de problemas metabólicos. Normalmente, utilizam-se dietas com maior nível de fibra e menos energéticas.

Leitura de Cocho:

Quando realizada, é útil para verificar subjetivamente a assertividade do tratador em prever o consumo do lote.

Realiza-se uma classificação, lote a lote, da situação diária do cocho em escores e, conforme esta classificação, define-se o ajuste da dieta a ser realizado.

Tratos

Para facilitar o controle da quantidade de ração a ser fornecida, os tratos são feitos em quantidades pequenas ao longo do dia – de 6 a 12 tratos diariamente;

Limpeza de Cocho

Realizada diariamente para descartar a ração estragada. A ração viável, continua disponível no cocho.

Veja também: Quando é o momento ideal para fazer a leitura de Cocho em confinamento?

Vantagens

  • Menor complexidade, pois demanda menor controle e não exige processos mais elaborados.

Desvantagens

  • Grande variação do consumo de lotes no dia-a-dia, aumentando os riscos de acidose e afetando o desempenho animal;
  • Falta de percepção do tratador em definir a quantidade de ração a ser adicionada nos currais, principalmente quando há poucos tratos diários, diferentes números de animais, pesos médios, sexos, dietas e variação dos horários de consumo devido às condições do ambiente. Como consequência, há maior incidência de sobra de ração.
  • Devido a elevada quantidade de tratos, a logística pode acabar sendo prejudicada.

2 – Manejo de cocho Bica Corrida

Esse tipo de cocho costuma ser menos vantajoso que o anterior, pois a diferença do bica corrida para o ad libitum é que nesse não há leitura do cocho.Assim, sem acompanhamento para verificar as perdas de ração ou falta, a qualidade da dieta do gado pode restar prejudicada.

Essa falta de coleta acaba intensificando as desvantagens que o Ad libitum pode apresentar. O recomendado é que sempre haja um acompanhamento para que as perdas produtivas sejam menores.

Mas, segundo estudo realizado pelo zootecnista Danilo Domingues Millen, da Faculdade de Ciências Agrárias da Unesp, campus de Dracena/SP, cresceu a participação do descarregamento programado por baia (de 46,6%, em 2009, para 69,47% em 2020), em detrimento do sistema de “bica corrida”, onde não há controle de quanto de ração foi despejado por baia.

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3 – Cocho para confinamento em Manejo Restritivo

Esse modelo tem como objetivo melhorar a conversão alimentar.

No Manejo de Cocho com Restrição o fornecimento de dieta é restrito. Alimentação restrita tende a melhorar a conversão alimentar, sendo nível ótimo de consumo entre 90-95% da ingestão a vontade (não restrita). Normalmente é utilizado em categorias de bovinos de corte em fase de crescimento.

Para que este tipo de manejo seja realizado é necessário que haja um excelente controle de dados e alta precisão no fornecimento diário. Caso o consumo real seja aquém do necessário, o ganho de peso pode cair e deixamos de aproveitar o potencial de desempenho dos bovinos. Neste tipo de manejo é muito importante que seja revisado o número de bois por curral e espaço de cocho por cabeça. É fundamental ter espaço para todos os animais consumirem ao mesmo tempo, devido ao fornecimento de quantidades menores de dietas e os cochos ficarem por vários períodos do dia vazios.

Sua prática consiste em se restringir em até 15% o consumo ad libitum dos animais, ao se definir uma quantidade contínua de ração a ser fornecida em relação ao peso vivo  do animal.

Vantagens

  •  Potencial de melhorar em até 8-9% a conversão alimentar (CA), mantendo o ganho médio diário (GMD) e o % de rendimento de carcaça (RC).

Desvantagens

  • Dificuldades em se estabelecer a curva de consumo que traduza o real consumo de matéria seca ad libitum. Com isso, há alto risco de realizar restrições acima de 15%, que culminam em efeitos desastrosos, especialmente na qualidade da carcaça.

Acontece que, na prática, fornece-se uma quantidade contínua de ração em relação ao Peso Vivo (p.e 2,0 %PV/cab/dia).

Isso faz com que o grau de restrição tenda a diminuir no final do confinamento.

Curva de consumo do cocho para confinamento em Manejo Restritivo

4 – Cocho para confinamento: Cocho Limpo

O Manejo de Cocho Limpo é o tipo de manejo que utilizamos em vários clientes e buscamos permanentemente o aperfeiçoamento de suas técnicas de forma a obter os melhores resultados e uma maior praticidade. Este manejo trouxemos dos EUA de experiências adquiridas na criação e aplicação do Manejo de Cocho em confinamentos próprios, de clientes e junto a instituições de pesquisa, tudo isso alinhados ao conhecimento e as experiências da equipe Nutron/Cargill, empresa pioneira em confinamentos de Bovinos de corte no Brasil.

No Manejo de Cocho Limpo a sobra ideal que se busca é de resquícios de dieta, com fundo do cocho aparente e até mesmo com pontos úmidos (lambidos), indicando que os bois terminaram de comer a pouco tempo. Outro fator importante que preconizamos no Manejo de Cocho Limpo é o comportamento dos animais. Existe o interesse de comer para maioria do gado no momento do trato, no entanto, o gado não come muito por muito tempo, dentro de 10 a 15 minutos muitos dos bovinos estão satisfeitos e vão tomar água ou simplesmente descansar.

A regra é que a sobra de ração no cocho, ao amanhecer, seja sempre  menor que 3%. Ressaltamos as principais práticas abaixo:

Leitura de Cocho

A leitura desse tipo de manejo de cocho para confinamento tem que ser realizada três vezes ao dia.

  • Leitura Matinal: Deve ocorrer antes da distribuição do 1º trato, visa definir a quantidade de ração que será fornecida no dia.
  • Leitura Vespertina: Realizada antes do último trato, tem o objetivo único de verificação de anormalidades
  • Leitura Noturna: Ocorre normalmente entre 21:00 e 22:00hs, visa oferecer maior subsídio para interpretação da leitura na manhã seguinte;

Tratos

Normalmente quatro ou cinco, com quantidades de ração e horários pré-definidos;

Limpeza de cocho

Toda sobra de ração é descartada – estragada ou não. O objetivo é não perder o controle.

Vantagens

  • Permite aumentar a previsibilidade de logística.
  • Possibilita melhorar conversão alimentar e reduzir a mão-de-obra – uma vez que as sobras no cocho serão menor frequentes e em menor quantidade;
  • Evita que os animais consumam ração amanhecida;
  • Melhora qualidade (sanitária e nutricional) da dieta consumida;
  • Reduzir as variações de consumo diário.

Desvantagens

  • Desperdício da ração remanescente do dia anterior – mesmo que viável para o consumo;
  • Maior complexidade de operação, pois exige maior controle e gestão e equipe melhor capacitada.

5 – Manejo com Cocho para confinamento controlado

Este é o modelo proposto como o ideal. Muito semelhante ao manejo de cocho limpo, com a principal diferença de se reaproveitar a sobra de ração viável, remanescente do trato do dia anterior.

As quantidades de alimentos fornecidas aos animais são pré-estabelecidas com base nas leituras de cocho.

A intenção dessa medição é que o rebanho consuma a vontade e que a sobra de ração ao amanhecer seja maior que 1% e menor que 8%. No que se refere às outras práticas, como leituras de cocho e distribuição de tratos, estas assemelham-se às do manejo de cocho limpo.

Vantagens

  • Possibilita reaproveitar a ração viável remanescente e a consequente redução do custo, sem impactos no desempenho animal;
  • Permite aumentar a previsibilidade de logística;
  • Possibilita melhorar conversão alimentar e reduzir a mão-de-obra – uma vez que as sobras no cocho serão menos frequentes e em menor quantidade;
  • Permite reduzir as variações de consumo diário;
  • Possibilita melhor gestão do manejo, com processos melhor definidos, maior controle e gestão e equipe de campo melhor capacitada.

Desvantagens

Para que seja implantado, algumas premissas devem ser consideradas:

  • Investimento em capacitação da equipe
  • Definição de processos prévia
  • Maior tempo gasto em controle e gestão.

No entanto, os benefícios gerados por estes aspectos garantem ganhos de produtividade e redução de custos, otimizando a operação.

O manejo de cocho para confinamento eficaz é altamente impactante para os resultados da operação de confinamento. Afinal, atuando em duas importantes alavancas de resultado, garante aumento de produtividade e redução de custos.

Diversos são os modelos disponíveis, no entanto, o manejo de cocho controlado apresenta possibilidades de reduzir as variações de consumo e os desperdícios. Desse modo, otimizando o desempenho animal e o processo de logística, e por isto, é o modelo ideal proposto por este artigo.

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